Greve histórica de educadores no RJ

A greve dos profissionais da educação da rede estadual do Rio de Janeiro, que se iniciou no dia 2 de março, já se tornou um movimento histórico. A adesão de funcionários e professores é a maior dos últimos dez anos, com cerca de 70% da categoria paralisada.

Os motivos da greve são as péssimas condições de trabalho, a mudança de data do pagamento (do segundo para o décimo-quarto dia útil), o parcelamento do décimo-terceiro salário, a mudança na contribuição da previdência de 11% para 14%, a necessidade de eleições diretas para diretor de escolas, a negativa de reajuste salarial em 2015 e 2016, a reserva de um terço da carga horária para planejamento das aulas, além de outras reivindicações da categoria.


#OcupaTudo!

Ao mesmo tempo, mais de 70 escolas estaduais (o número cresce a cada dia) foram ocupadas por alunos que apoiam a greve, mas que também possuem suas próprias pautas de reivindicações, como melhorias na infraestrutura das escolas, fim do SAERJ e eleições diretas para direção escolar.

A ação direta é um método importante que nós do coletivo Luta Educadora praticamos e, por isso, defendemos as ocupações de escolas pelos estudantes secundaristas.

O SEPE (Sindicato dos Profissionais de Educação do RJ) também possui um longo histórico de ocupações de espaços governamentais, visando respostas imediatas do governo às reivindicações da categoria. Acreditamos que a atual greve deve massificar tal prática e radicalizar o movimento!

Em março, após duas semanas de greve, os educadores barraram a aprovação da reforma da previdência, graças à ocupação das escadarias da ALERJ (a Assembleia Legislativa) no dia da votação.

O governador interino Francisco Dornelles, que ocupava o cargo há apenas três dias (devido à enfermidade do governador Pezão), não aprovou a medida, mesmo possuindo ampla maioria de deputados na ALERJ, devido à pressão dos educadores do lado de fora da Assembleia.


PLP 257 um ataque brutal

A lógica de Dornelles foi ganhar tempo para transferir a responsabilidade do ataque aos direitos de previdência para a presidenta Dilma. Isso porque a presidenta havia lançado dois dias antes o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/2016, que exige que os Estados em dívida com a União aprovem um pacote de ataques aos direitos trabalhistas, para renegociar seus débitos com o governo federal.

No dia 6 de abril, os servidores estaduais de 33 sindicatos, que formam o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (MUSPE), declararam o início da greve geral dos servidores e realizaram um ato unificado com 20 mil pessoas em frente ao Palácio Guanabara, residência oficial do governador.


Ocupação contra o não pagamento aos aposentados

Os ataques de Pezão/Dornelles não possuem limites e, por isso, eles decidiram não pagar os salários dos aposentados e pensionistas. Esta é uma medida criminosa que coloca em risco de vida mais de 100 mil aposentados e pensionistas de diversas categorias.

Os educadores e os servidores reunidos na Plenária dos Servidores Estaduais não aceitaram essa medida e, após assembleia da Educação com milhares de pessoas, marcharam pelas ruas do Rio e ocuparam o prédio da Secretaria de Fazenda por mais de 12 horas no dia 14 de abril, exigindo o pagamento dos aposentados. Ardilosamente, o governo expulsou à força os servidores do local com mais de 150 policiais do batalhão de choque da PM às 3h da manhã. Mesmo assim, a ação se fez vitoriosa e colocou o governo em cheque, expondo para a sociedade a situação dos aposentados, que ainda permanecem sem receber seus salários.

Deste modo, o tom desta greve deve ser o das ocupações e da radicalização do movimento, seguindo o exemplo da ocupação da Secretaria de Fazenda e de centenas de estudantes que estão surpreendendo o governo do Estado com a Primavera Secundarista. Devemos dar esta “cara” à nossa greve e continuar colocando o governador em cheque! #OcupaTudo! Só a luta muda a vida! Fora Pezão/Dornelles! 

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