Nota do Núcleo do PSOL da UFRN

Os acontecimentos no IV congresso do PSOL nos trouxeram uma necessidade iminente de tomar uma posição clara, especialmente no que diz respeito a nomeação de senador Randolfe Rodrigues a pré-canditadura a presidência nacional (e não como candidato, como tem sido publicado em sites).

Ao que pese todas as acusações de fraudes, como as de Santana e Macapá, no Amapá; no Tocantins; em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul. Ou mesmo que se argumente sobre a aceitação dos delegados ligado ao caso de Janira Rocha (que, alias, foi afastada pelo PSOL-RJ, que pede sua expulsão) e a aqueles que a chantagearam, não é sobre isso que a note quer se deter, mas sim sobre a questão da indicação do senador como pré-candidato.

O nome de Randolfe é um retrocesso a todas as conquistas que o partido vem galgando. O repúdio ao seu nome não se trata de questão de ética ou puritanismo ideológico. Quem acusa isso apenas mostra sua limitada visão política e da política em si. O repúdio é político, programático e pragmático. É de bom senso com o partido, com o que queremos que ele represente e com as lutas que construímos e estamos travando. O senador não representa isso.

Randolfe Rodrigues não representa ideia do partido, seu norte programático e nem age com ele na prática. As alianças com a direita, da mais reacionária e mais oportunista, para governar (como ele mesmo diz em um vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=KbJ-PXiNtUw), demonstra que ele não esta em consonância com as ideias do partido, nem com o que ele quer representar. A sua leitura, e do seu grupo, era de que o Brasil só poderia mudar por vias institucionais. Pois bem, 2013 provou que essa tese estava errada: a luta na rua ainda pulsa, e ela pode e deve sim ser disputada pela esquerda e pelo Partido Socialismo e Liberdade. Uma nova forma de pensar a política, de fazer manifestações aparece no Brasil e mais uma vez Randolfe e seu grupo parecem não entender essa forma, parecem não entender o grito das ruas. Em especial o agora candidato, que simplesmente deu as costas para o partido, e em uma ação altamente personalista e como se fosse Salomão, rei da sabedoria, resolveu ir encontrar com a Presidenta Dilma para discutir uma questão que se mostrou inócua e apenas um discurso para acalmar e tentar ganhar as ruas. E vale frisar: contrariando o partido, que negou a reunião e orientou para não ir. Randolfe é desleal. Ainda nesse período, elogiou a presidenta pela aprovação do Estatuto da Juventude, quando a juventude – inclusive de seu partido – estava nas ruas lutando contra a restrição da meia entrada.

Randolfe é desleal com o partido. Desleal com o programa. Desleal com a prática que queremos pro partido. Desleal com o nosso discurso. Desleal com as os caminhos que queremos para o partido.

Por isso conclamamos aqui, a todos os núcleos, todos as setoriais, todos os diretórios que tomem a sua posição. Mostrem o que a base militante acha sobre o esse assunto e ao que vem acontecendo dentro do partido. Mais do que isso, se posicione sobre o que acha que o partido tem que vir a ser. Não abandonaremos nossos sonhos, e agiremos pragmaticamente atrás deles, mas sem entreguismo, sem rebaixamento. Queremos um PSOL democrático, socialista, libertário e de esquerda.