Manifesto por uma candidatura socialista, dos trabalhadores e organizada pelos trabalhadores. Exigimos a cidade para tod@s!

Professor Jonathan Mendonça a vereador

“Nada Deve Parecer Natural

Nada Deve parecer impossível de Mudar”

Nós do PSOL Serramar, lançamos este manifesto para convidar a tod@s a construírem uma candidatura diferente para a cidade de Rio das Ostras. Uma candidatura diferente porque contém, fundamentalmente, a crítica à situação real da cidade e o espírito de juventude como motor das mudanças necessárias. Mas antes é necessária uma breve explanação das condições reais em que a cidade encontra-se.

Rio das Ostras é a terceira cidade mais contemplada pela arrecadação de Royalties provenientes da extração de Petróleo da Bacia de Campos. Segundo o IBGE em 2002 já éramos a sexta cidade em renda per capta do país e, no entanto, as contradições são evidentes para nós, moradores.

Isto porque o modelo econômico adotado em Rio das Ostras é o mesmo que vemos no estado do Rio e em todo o país. Este é baseado na concentração de riqueza, bens naturais, solo, polui, desmata, degrada o meio ambiente e gera exclusão social. Os grandes eventos que ocorrerão no Rio de Janeiro, como Copa do mundo, Olimpíadas e a Rio +20, nada mais são que desculpas para convencer o povo de uma modernização que só favorece as empreiteiras, construtoras e as grandes corporações que investem em obras como a Belo Monte, o Porto do Açu (na Bacia de Campos) e na exploração do petróleo. Queremos que o dinheiro público seja voltado para garantir uma cidade melhor para o povo, com saneamento, transporte de qualidade e não para favorecer as obras das construtoras.

A desigualdade que existe em Rio das Ostras está cada vez mais clara: para as mulheres (normalmente relegadas às funções do lar) que tentam vagas para os seus filhos nas creches do Município; para as pessoas que ficam doentes e têm de ficar nas filas do pronto socorro; para professores que têm de atuar em turma com 30, 35, 40 alunos, às vezes tendo aula em contêineres; para os servidores municipais que tiveram um Plano de Carreira aprovado de maneira autoritária sem nenhuma consulta que fizesse refletir os verdadeiros anseios dos profissionais; para a população de jovens e adultos que tentam estudar e não encontram vagas nas pouquíssimas unidades que oferecem EJA; para os estudantes de Ensino Médio que tem a mesma quantidade de opções de escolas de quando a cidade tinha um terço dos habitantes que têm hoje; para os estudantes da UFF que pedem responsabilidade ao Governo Municipal e ao MEC para a manutenção da Universidade Federal no Município; para a juventude (e moradores) de maneira geral que não possui opções de lazer e participação nas decisões importantes da cidade (que influenciam diretamente suas vidas); para todos os habitantes no caos que tem se instalado no trânsito; para os ciclistas (que só tem ciclovias em áreas de turismo, mas não tem para circulação no centro da cidade e bairros populares); para os moradores dos bairros populares que só veem os rostos dos políticos e alguns investimentos em ano eleitoral.

Para todas estas pessoas a cidade não é aquela cenográfica da propaganda na televisão. Para todas estas pessoas as contradições entre o que a cidade é e o que ela aparenta ser (através dos milhões gastos com publicidade) são evidentes. A prova disso é que estas pessoas estão começando a se movimentar e a expor suas opiniões, a lutar contra as injustiças cometidas na cidade, a mostrar para aqueles que se acostumaram ao poder que o povo tem voz! O povo está dizendo que é possível mudar e, principalmente, que é preciso mudar.

É neste momento em que a força motriz da juventude aparece como alavanca necessária das mudanças. Nos últimos anos temos visto diversas manifestações de insatisfação e quase todas motivadas pela juventude. No âmbito internacional, temos os movimentos Occupy, os Indignados na Espanha, o Movimento pela Educação no Chile, além de mais de 20 greves gerais por toda a Europa. Vimos ainda a queda de ditadores na Tunísia, no Egito, e na Líbia. Tudo isso, num cenário de crise do capitalismo em que a exploração sobre a classe trabalhadora aumenta e os governos investem milhões para “salvar” bancos e empresas. Em todos estes movimentos a juventude se mostrou como motivadora dos processos de mudança. No Brasil não é diferente. No Estado do Rio não é diferente. E nem na nossa cidade.

É importante lembrar do Grito dos Excluídos (07/09/2011) como o momento de consolidação dos movimentos na cidade já expresso nas diversas manifestações de alunos da UFF, dos alunos Sem Transporte Universitário, dos Servidores Municipais (por melhorias salariais e condições de trabalho), da juventude no Movimento Internacional Occupy (15.O), dos lutadores pela Terra, pela moradia. Mas além disso o Grito dos Excluídos motivou outros movimentos que iriam se expressar em diversas manifestações posteriores na cidade como o ato contra as 4 Novas Secretarias (Pela Ética em Defesa do Povo), a manifestação dos estudantes no Aniversário da Cidade deste ano, manifestação de estudantes pelo passe-livre, dentre outras. Tudo isto, avançou a consciência dos lutadores de que é preciso, para além de lutar, lutar de maneira conjunta, já que identificamos que os nossos problemas provêm da mesma política: de privilégio de uma minoria em detrimento da maioria.

O Partido Socialismo e Liberdade organizado no Núcleo PSOL-Serramar participou ativamente da construção de todas estas manifestações porque entendemos que a mudança qualitativa para o povo virá justamente pelas mãos do povo organizado. Nós, que estamos em todos estes movimentos junto ao povo (porque somos parte dele) não poderíamos nos furtar em, num momento de pleito eleitoral (onde há apenas os mesmos candidatos que representam a política do privilégio) de apresentar uma candidatura que represente as lutas e os anseios do nosso povo. Uma candidatura Socialista que entende os problemas da cidade como expressão do capitalismo como ocorre não só em Rio das Ostras, mas em todas as cidades do mundo capitalista.

Apresentamos o nome do Professor Jonathan Mendonça como uma figura capaz de representar o nosso projeto político elaborado coletivamente, capaz de defender os interesses do povo, com o povo, porque é parte do povo e compartilha dos mesmos problemas e necessidades. Apresentamos uma candidatura do PSOL-Serramar que visa, sobretudo, dialogar com a população para avançar na consciência da necessidade de mudanças. Para que entendamos que só é possível mudar a nossa condição com luta. E que, a cima de tudo, é necessário sonhar! Com uma cidade melhor, com um país melhor, e (por que não?) com um mundo melhor, um mundo socialista!

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