AmBev esbanja luxo no carnaval e fecha fábrica em Mogi Mirim
Depois de divulgar um balancete que apontava grande crescimento dos lucros e da produção em 2008 e também anunciar que se tornava a maior cervejaria do mundo, após adquirir a Anheuser-Busch, maior cervejaria dos Estados Unidos, a direção da AmBev começou a mudar o tom.
No final de dezembro, registrando uma grande desvalorização de suas ações e incertezas diante das dívidas geradas com a aquisição da cervejaria norte-americana, os diretores da empresa começaram a fazer terrorismo sobre os trabalhadores. Ameaças de demissão, redução dos valores do programa de premiação, exigência de que se aprove um novo programa de banco de horas, são alguns dos ataques.
Logo depois de ostentar luxo e desperdício gastando uma fortuna para manter um camarote na Marquês de Sapucaí no carnaval carioca, a empresa anuncia o fechamento da fábrica em Mogi Mirim (SP), demitindo 146 pais de família e outras dezenas de terceirizados, afetando muitos outros empregos indiretos e toda a economia da região.
Como trabalhador da AmBev há mais de 20 anos, tendo sido dirigente do sindicato do setor de alimentação do Vale do Paraíba e como vice-presidente da CIPA na fábrica de Jacareí, estou solidário aos trabalhadores e ao sindicato de Mogi Mirim nesta luta contra as demissões.
O sindicato tem que assumir a luta
Chamamos a atual direção do Sindicato da Alimentação de São José dos Campos a também assumir esta luta e, juntos, reverter este abuso desta empresa que suga o sangue dos trabalhadores com banco de horas, salários arrochados e desconsideração com os acidentados e lesionados.
Vamos organizar os trabalhadores em busca de uma PLR justa aqui em Jacareí, vamos desde já iniciar um processo de conscientização e mobilização rumo à rejeição do banco de horas.
Vamos denunciar os abusos em relação aos lesionados e acidentados do trabalho nas esferas sindical e no Ministério Publico e Ministério do Trabalho como as que já vimos fazendo como Cipeiro.
Temos que cobrar também do governo Lula que, através do BNDES, tem feito empréstimos de milhões à AmBev, com juros baixíssimos. Aliás, há alguns dias, Lula se reuniu com Marcel Telles, um dos donos da AmBev, para discutir redução dos impostos. Que ele exija que a AmBev reabra esta fábrica cancelando todas as demissões imotivadas e abusivas.