Unificação do CIT/IR: um histórico fortalecimento das forças do marxismo

31 de julho de 2017

O congresso de unificação de 22 de julho aprovou por unanimidade o documento de unificação e incorporação da IR ao CIT.

Como tem sido relatado no socialistworld.net, o Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores (CIT) e a Izquierda Revolucionaria (IR) realizaram um congresso especial de unificação em 22 de julho em Barcelona. Esse foi o auge de um intenso e completo processo de discussão, trocas e trabalho militante prático conjunto entre as duas organizações por mais de 10 meses. Os delegados eleitos pelas estruturas democráticas das seções nacionais do CIT e da IR aprovaram por unanimidade a conclusão dessa unificação e a incorporação dos membros dirigentes da IR na Espanha, México e Venezuela ao Comitê Executivo Internacional do CIT.

Chegando ao fim de uma escola internacional extremamente bem sucedida, o congresso de unificação foi um momento histórico no desenvolvimento do CIT, junto com nossos novos camaradas da IR. Nossa organização internacional – um partido mundial da revolução socialista lutando por uma internacional operária de massas – embora ainda pequena em tamanho, tem experimentado um crescimento e sucesso crescentes nos últimos anos, à medida que nossas ideias e métodos têm sido postos à prova de um novo período de revolução e contrarrevolução. Essa unificação histórica melhorará qualitativamente nossa capacidade de se construir sobre esses sucessos e cumprir a tarefa histórica a que nos propomos.

A fim de divulgar esse importante acontecimento o mais amplamente possível, e para esclarecer a base política e programática sobre a qual essa unificação principista foi realizada, publicamos abaixo o texto do documento de unificação que foi aprovado por unanimidade em nosso congresso especial de unificação:

DOCUMENTO DE UNIFICAÇAO POLÍTICA

Izquierda Revolucionaria e o Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores (CWI/CIT)

Esse documento pretende apresentar um contorno geral da base política de um processo de grande importância para nossas organizações e para a luta para construir e desenvolver as ideias do marxismo por todo o mundo – a unificação da Izquierda Revolucionaria (IR) com o Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores (CIT).

A discussão e aprovação desse documento nas estruturas democráticas de nossas organizações, e no congresso de unificação de 22 de julho, é um passo decisivo em nossa unificação, que resultou na incorporação das organizações da IR no Estado Espanhol, México e Venezuela no CIT e suas estruturas como seções nacionais. Também incluirá a fusão das organizações da IR e CIT na Venezuela e Estado Espanhol.

UM NOVO PERÍODO PARA A LUTA DE CLASSES MUNDIALMENTE

Essa histórica unificação possui uma clara base material na profunda mudança na luta de classes internacional aberta pela crise capitalista mundial iniciada em 2008. Longe de ter sido resolvida, essa crise ainda está em voga hoje, aprofundando-se e piorando a cada giro da situação mundial. Tais períodos de agudas mudanças e turbulências têm seus reflexos, inevitavelmente, nos eventos do movimento operário e da esquerda, incluindo a esquerda revolucionária, resultando em divisões, realinhamentos e fusões, à medida que nossas ideias, organizações e tendências são postas à prova. É nossa compreensão comum, e nossa resposta a esse novo período e acordos sobre o método de como intervir nela, e as tarefas centrais que coloca para a classe trabalhadora e o marxismo, que forma a base de nossa unificação.

A crise do capitalismo mundial é profunda e intratável. Nenhuma das tentativas das classes dominantes de lidar com ela trouxe uma “solução” ou restabeleceu o equilíbrio perdido do sistema, pelo contrário, aumentaram o potencial para novas crises e conflitos. O pessimismo e maus presságios dos estrategistas do capitalismo mundial são um reflexo disso. Um tema constante deste novo período é a falta de “legitimidade” do capitalismo: na esfera econômica, na perda de legitimidade de suas instituições, nas relações mundiais, na questão do meio ambiente e mudança climática. Isso tem se refletido social e politicamente na consciência de milhões. Acima de tudo, dentro da classe dominante há um medo verdadeiro, embora em grande parte não verbalizada, de que os óbvios fracassos do capitalismo significam que estamos vivendo “na beira de um vulcão” de levantes de massas e até de mudanças revolucionárias.

A crise e os terremotos que ela produziu romperam completamente com o equilíbrio interno que surgiu da situação mundial breve e relativamente mais estável que prevalecia desde o colapso do stalinismo. Isso é mostrado pelas crises políticas que varrem o mundo, minando a estabilidade dos sistemas partidários pós-Segunda Guerra das “democracias” ocidentais e todos os tipos de governos do mundo neocolonial. A eleição de Donald Trump, contra a vontade da maioria da classe capitalista, e o desafio de Bernie Sanders na convenção Democrata são exemplos dessa crise política orgânica na maior potência imperialista. Na Europa, os sistemas bipartidários estão minados, refletindo a enorme polarização política e social. Isso se reflete à direita pelos mini-Trumps na forma de Marine Le Pen e sua laia. À esquerda isso se reflete no surgimento de novos partidos e formações de esquerda como Podemos, Bloco de Esquerda, “France Insoumise” e o SYRIZA. Contudo, a ascensão meteórica do SYRIZA, seguida pela capitulação e traição de seus líderes ao movimento anti austeridade viram o partido se transformar em uma ferramenta que implementa a austeridade – um alerta ao que pode ocorrer no caso de recusa em desafiar e romper com o capitalismo. Também na América Latina, o fracasso dos governos reformistas nascidos ao calor de movimentos de massa e da revolução bolivariana; o avanço da contrarrevolução na Venezuela; e a forte resposta da classe trabalhadora e dos jovens às políticas reacionárias de Macri na Argentina, Temer no Brasil e Nieto no México; junto com a crise econômica, isso representa uma nova etapa na luta de classes.

Nas relações mundiais, isso se manifesta no fim do mundo “unipolar” surgido do degelo da Guerra Fria e o colapso do stalinismo. O advento de um mundo “multipolar” mais instável, no qual os EUA perderam terreno para a emergente potência econômica chinesa e, em menor medida, ao militarismo russo, nos dá o quadro de um novo equilíbrio mundial de forças. Todos os blocos e alinhamentos burgueses internacionais pré-existentes – sem exceção da União Europeia capitalista – têm sido testados e minados à medida que o capitalismo falhou em restabelecer um equilíbrio estável nas relações mundiais, que foi perdido com a eclosão da grande recessão.

A crise econômica mundial de superprodução, caracterizada por uma crise de investimentos e crônica falta de demanda na economia mundial, não está mais perto de ser resolvida do que no momento de sua eclosão. Todas as tentativas do capitalismo mundial de resolver esses problemas fundamentais falharam desastrosamente. Os trilhões de dólares injetados na economia mundial na forma de “flexibilização quantitativa” não chegaram nem perto dos resultados desejados, de ressuscitar o investimento ou demanda. Longe de representar um novo motor para o crescimento mundial como esperado por muitos comentaristas burgueses, a última fase da crise tem visto as chamadas economias “emergentes” – com China à frente – jogadas no redemoinho da crise mundial. O ataque global de investimentos de capital traça um quadro claro do obstáculo que a propriedade privada de riqueza e meios de produção, junto com o Estado-nação, representa para o desenvolvimento da economia mundial.

NOVAS OPORTUNIDADES PARA O MARXISMO REVOLUCIONÁRIO

A crise já resultou em profundas mudanças no ânimo e perspectivas de todas as classes, em especial da classe trabalhadora, dos jovens e povos oprimidos em todo o mundo. Os marxistas previram no início da crise que ela desencadearia um período de revolução e contrarrevolução, e esse tem sido o tom dos eventos desde então. Dos levantes revolucionários da “Primavera Árabe” em 2011, aos movimentos de massa contra a austeridade e a Troika na Europa e a atual rebelião social contra o trumpismo nos maiores centros urbanos dos EUA, o período tem sido marcado pela crescente entrada das massas na cena política da história.

Isso tem sido acompanhado de polarização na sociedade, com um giro à esquerda na consciência política e, como resultado da bancarrota do reformismo e dos partidos burgueses tradicionais, um crescimento eleitoral da extrema direita. O surgimento de novos partidos e formações de esquerda, como o PODEMOS, “France Insoumise” e Bloco de Esquerda, junto com os movimentos de esquerda de massas em torno de Bernie Sanders e Jeremy Corbyn, são expressões poderosas, embora complexas e incompletas. Pesquisas de opinião em todo o mundo mostram desilusão em massa com o capitalismo como sistema, uma crescente busca por uma alternativa, e um crescente interesse e apoio para a ideia do socialismo, especialmente nos EUA nesta etapa.

Essas novas formações e movimentos de esquerda são contraditórios e voláteis, e refletem a natureza do período que lhes deu origem. Elas irão passar por transformações rápidas e experimentarão crises, giros e rupturas. As tentativas de reatualizar as ideias reformistas e “socialdemocratas” defendidas pelos líderes das formações reformistas do passado estão destinadas ao fracasso neste período, no qual o espaço capitalista para “reformas” é infinitamente menor do que nas décadas passadas. O papel dos marxistas é intervir energicamente nestes processos, e ao mesmo tempo defender audaz e abertamente um programa socialista e classista. Enquanto construímos nossa própria organização revolucionária, trabalhamos para ajudar no desenvolvimento dessas formações em novos partidos de massas da classe trabalhadora armados com uma alternativa revolucionária ao capitalismo.

Após um período histórico de recuo generalizado para as forças mundiais do movimento operário e do marxismo revolucionário, esse novo período representa um claro ponto de inflexão. Uma nova era de oportunidades para a mudança revolucionária se abriu. As seções do CIT nos EUA e Irlanda já jogaram importantes papeis em movimentos de massa dos trabalhadores, que ganharam importantes vitórias (taxa da água na Irlanda e o $15 Now nos EUA), enquanto os camaradas da Izquierda Revolucionaria, na direção do Sindicato de Estudiantes (SE) travou uma vitoriosa luta contra o “revalidas” no Estado Espanhol, que consolidou o SE como um combativo ponto de referência na luta contra a austeridade.

Essas vitórias mostram nossa capacidade de se engajar com as massas e em certas circunstâncias, nos tornarmos um fator real na situação, o que diferencia nossas forças de outras organizações marxistas. Contudo, são apenas um vislumbre do que está por vir se mantivermos a abordagem, programa e método corretos. O próximo período será um em que a direção de movimentos de massa ligados à luta por transformações social estará ao alcance dos marxistas revolucionários. Nossa unificação fortalece nossa capacidade de cumprir essa tarefa e serve de exemplo para outros revolucionários com quem podemos nos unir no próximo período.

A unificação entre o CIT e a IR surge após um período de mais de vinte anos desde nossa separação, após uma ruptura que ocorreu no CIT em 1992. Parte significativa dessa ruptura tinha origem na mudança da situação mundial que se desenvolvia na época após o colapso dos antigos regimes stalinistas da URSS e Leste Europeu. Os líderes da então minoria do CIT inicialmente alegaram que a maioria da direção inglesa e do Secretariado Internacional eram uma “camarilha” suando métodos “burocráticos” e “administrativos”. Essas alegações foram rejeitadas após um debate completo pela esmagadora maioria do CIT. Na realidade, os ataques personalizados (contra o “taaffeismo”) pela direção da então minoria, que foram repetidos como um mantra, estavam impregnados de métodos burocráticos e stalinistas. Por trás deles havia diferenças políticas fundamentais: sobre a natureza do período e as perspectivas para a restauração capitalista na URSS, Leste Europeu e China, sobre nossas táticas e política para com a socialdemocracia e a construção de partidos revolucionários, sobre a abordagem para com a questão nacional e construção de uma direção coletiva, baseada em métodos democráticos, contra a abordagem personalista e obsessão com prestígio.

A minoria, que iria formar a TMI, não estava preparada para reconhecer ou lidar com a situação mundial transformada que surgiu do colapso dos antigos regimes stalinistas. Ela teve uma consequência profunda em acelerar o processo de aburguesamento e direitização dos partidos de massa tradicionais da classe trabalhadora, em especial as formações socialdemocratas mas também nas de origem stalinista: o Partido Trabalhista, o OS francês, PSOE, o PD italiano etc. etc. Esse foi um fenômeno generalizado, em resposta às profundas mudanças na situação. Também teve impacto na consciência da classe trabalhadora, um golpe claro na ideia do socialismo como uma alternativa viável ao capitalismo, abrindo o caminho para todo tipo de ideias reacionárias e confusas, muitas de natureza pequeno-burguesa.

Esse período histórico coloca novas tarefas e desafios à classe trabalhadora e aos marxistas, incluindo o CIT. Os líderes da ruptura de 1992 falharam em encarar as dramáticas mudanças da situação mundial e repetidamente recusaram-se a reconhecer seus erros. Não apenas falharam em entender o que estava acontecendo na URSS como também se recusaram mesmo a aceitar, até 1997-98, que a restauração capitalista havia acontecido. Eles nunca tiveram a coragem de reconhecer seus erros, como parte de um método marxista que objetive educar uma nova geração de quadros.

Esses erros foram repetidos em muitos terrenos, tais como a repetição de velhas fórmulas sobre o “entrismo” numa época em que não existiam condições para atuar nas formações social-democratas aburguesadas e abriam-se oportunidades para o trabalho independente. Todos os documentos da Maioria e da Minoria nestes debates estão disponíveis do site marxist.net. Contudo, esses documentos nunca foram distribuídos para os membros de base da então seção espanhola do CIT; uma indicação dos métodos burocráticos usados pela direção do que então se tornou a TMI.

Em 2009, a seção espanhola da TMI, junto com a maioria das seções venezuelana e mexicana romperam com essa organização numa base política principista. As razões para essa ruptura eram essencialmente as mesmas da divisão de 1992. Os camaradas que formaram a IR tinham diferenças fundamentais sobre a caracterização da época histórica aberta pela grande recessão em 2008, como intervir numa nova etapa da luta de classes, diferenças fundamentais sobre a questão nacional hoje, a caracterização da revolução bolivariana e como construir as forças do marxismo revolucionário na Venezuela. Em jogo também estavam as diferenças principistas sobre a construção de um partido revolucionário e as táticas usadas pelos marxistas para com os novos movimentos e partidos de esquerda. Outro aspecto central dessa ruptura foi a defesa por parte dos camaradas espanhóis, mexicanos e venezuelanos da democracia interna e do caráter proletário da organização, contra um regime interno burocrático, onde a obsessão com o prestígio e o culto à personalidade de sua principal liderança sufocavam qualquer tentativa de construir seriamente entre o movimento dos trabalhadores e juventude.

A seção espanhola e a maioria das seções venezuelana e mexicana, após essa experiência, fizeram um profundo balanço político e teórico. As conclusões desse processo que tiramos como uma organização independente, Izquierda Revolucionária, assim como nossa intervenção prática e maior conhecimento de como nos orientar para o movimento real dos trabalhadores e juventude, serviram para lançar as bases para essa unificação.

Créditos: Natália Medina

POR QUE ESTAMOS NOS UNIFICANDO E PARA QUÊ?

Nossa unificação está enraizada num amplo acordo sobre as perspectivas do capitalismo mundial e as tarefas dos marxistas. Contudo, ela reflete muito mais do que isso. Nossa experiência mútua de discussão e lutas lado a lado revelou um acordo não apenas nas ideias e perspectivas, mas na estratégia, táticas, programa e orientação. Como Lenin disse, sem ideias revolucionárias não há movimento revolucionário. Igualmente, ideias e teoria sem prática são cegas.

Um exame de nossas respectivas ideias e atividades, assim como a rica, embora breve, experiência de nosso trabalho conjunto, confirmou a base para nossa unificação, para a qual procedemos com entusiasmo e determinação.

Nossa tarefa é construir um poderoso fator subjetivo, uma força marxista de massas e uma direção revolucionária para as lutas de classe futuras, cuja falta tem sido fatal para tantas oportunidades revolucionárias. Cem anos depois da imortal Revolução Russa, o exemplo do Partido Bolchevique – sua perspectiva teórica perspicaz, obstinada luta ideológica em busca de clareza, flexibilidade na tática e decisão na ação – permanece um guia para nossa organização unificada.

Nossa internacional revolucionária e nossas seções têm uma orientação clara de intervir nas lutas de massas, sindicatos e organizações políticas da classe trabalhadora. Também mantemos o princípio de independência política e organizativa do partido revolucionário, contra as tendências e pressões liquidacionistas que buscam apagar o papel de um partido revolucionário. A organização revolucionária representa a memória da classe trabalhadora e a continuidade de sua luta revolucionária contra o capitalismo. Flexibilidade na tática, junto com firmeza programática e política principista, é um marco de nossos métodos e raízes políticas comuns. Ao mesmo tempo, defendemos a existência de um partido revolucionário distinto, como uma coluna espinhal – uma parte integrante e crucial – do movimento de massas dos trabalhadores e da juventude.

Permanecemos no terreno programático do socialismo revolucionário. Dos principais documentos dos primeiros quatro congressos da Terceira Internacional, a luta da Oposição de Esquerda contra o Stalinismo, o método do Programa de Transição junto com o método e as ideias de Marx, Engels, Lenin e Trotsky do socialismo científico. O eixo desse programa continua sendo o fim do capitalismo e do regime burguês, e sua substituição por um governo operário baseado na propriedade pública dos meios de produção e do setor financeiro sob o controle democrático da classe trabalhadora. Defendemos uma economia planificada a escala mundial e a elaboração democrática de um plano socialista mundial de produção, como a chave para superar os problemas mais prementes da humanidade: crise, pobreza, fome, guerra e todas as formas de opressão.

Os marxistas lutam para ocupar a linha de frente na luta contra todas as formas e opressão, unindo a classe trabalhadora e todos os oprimidos em torno da perspectiva da mudança socialista. Nos opomos à opressão nacional em todas as suas formas, e defendemos resolutamente o direito à autodeterminação – até e incluindo o direito à independência – das nações oprimidas. Ao mesmo tempo, defendemos o máximo de unidade na luta política da classe trabalhadora sobre as fronteiras nacionais. Apenas a classe trabalhadora e oprimidos – armados com um programa internacionalista e perspectiva socialista – podem liderar uma luta consequente pela libertação nacional, assim como com todas as formas de opressão. Contrapomos à retórica de “unidade nacional” da classe capitalista a unidade internacionalista da classe trabalhadora contra os capitalistas de todas as nações na luta por direitos nacionais e democráticos como parte da luta pelo socialismo. Rejeitamos uma abordagem unilateral esquemática a essa questão fundamental para os marxistas, e entendemos que a natureza variada da questão nacional e da consciência exige uma abordagem flexível e um estudo escrupuloso de cada caso e conjuntura.

A luta pela libertação das mulheres, e contra os ataques aos ganhos fundamentais das mulheres trabalhadoras nas últimas décadas, tem sido uma das expressões mais poderosas da luta de classes no último período. Defendemos um feminismo socialista e classista, que mobiliza o poder do movimento operário, o único capaz de combater esse sistema no qual o sexismo e a misoginia estão tão profundamente arraigados. Nosso trabalho no movimento de mulheres se desenvolve em combate com o ineficaz e estéril feminismo burguês e pequeno burguês. Os marxistas lutam pela liderança do movimento contra a opressão das mulheres, racismo e em defesa dos direitos LGBTQ.

Para qualquer organização marxista viva engajada com a classe trabalhadora e a juventude, discussões, debates e desacordos entre camaradas, até rupturas onde necessárias, são inevitáveis. Um período tumultuoso inevitavelmente traz todo tipo de pressões – oportunistas, esquerdistas e outros – sobre os revolucionários, dos quais nenhum partido ou direção está imune. A conduta paciente, aberta e democrática dos debates e desacordos de natureza política é fundamental para nossos métodos comuns. Períodos como esse não são apenas períodos de fusões e unidade, mas também de debate em bases fraternais, dos quais os revolucionários não temem ou se escondem.

O Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores, junto com nossos novos camaradas da IR, é uma força marxista internacional, com uma base real entre trabalhadores e jovens em vários países importantes. Contudo, não fazemos nenhuma tentativa de nos proclamar como “a” internacional revolucionária de massas da classe trabalhadora. Queremos jogar um papel chave, como uma força central na construção de tal internacional, junto com muitos outros que atualmente estão fora de nossas fileiras. Apelamos à todas as revolucionárias e aos revolucionários sérios sobre a necessidade de unidade principista nas bases do marxismo, a se engajarem na discussão e debate sobre como construir uma internacional capaz de levar à iminente revolução socialista mundial.

Aprovado por unanimidade no congresso de unificação do CIT/IR, Barcelona 22 de julho de 2017