Avançar na construção da unidade na luta!
Construir pela base uma greve geral de 24 horas! Formar comitês de luta pela base! Construir Encontros locais e regionais, rumo a um novo Encontro Nacional ainda mais amplo!
A tremenda vitória da greve dos garis é um grande exemplo de como as manifestações de junho impulsionaram as lutas no país. A categoria atropelou sua direção pelega, fez greve em pleno carnaval e conquistou um aumento de 37% do piso salarial. Não é por acaso que isso aconteceu no Rio de Janeiro. É lá que o espírito de Junho tem se mantido mais forte, passando pela greve de três meses da educação no ano passado.
Vemos inúmeros exemplos de luta em todo o país. As manifestações contra os gastos bilionários da Copa continuam, apesar da forte repressão policial e judicial, junto com uma campanha midiática contra os manifestantes. O dia 15 de maio está sendo convocado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (ANCOP) como um Dia Nacional de Luta.
Vimos greves importantes como na educação, correios, a greve na Comperj, que já dura mais de um mês. E agora os servidores federais estão entrando em campo.
Entretanto, o grande desafio que está colocado é o de evitar, como em anos anteriores, que todas essas lutas ocorram de forma fragmentada. Esse é o grande desafio do Encontro Nacional do Espaço Unidade de Ação. A ampliação para outros setores e movimentos em luta, como a Participação do Jubileu Sul, é fundamental e precisamos avançar nessa direção, sem restrições de qualquer ordem, e que não haja o hegemonismo de qualquer movimento ou corrente política.
É necessário que este espaço debata, além de um conjunto de demandas e calendário de luta, medidas para levar a luta a um novo patamar. Temos que levantar o que faltou em 2013: a construção pela base, de uma greve de 24 horas no país.
Para avançar nesse sentido, temos que encarar esse Encontro como só um primeiro passo. Devemos realizar encontros locais e regionais, junto com a organização de comitês e fóruns unitários de luta pela base ou o fortalecimento dos que já existem e foram construídos durante as mobilizações, para articular as lutas e preparar um novo Encontro acional, ainda maior e mais amplo.
Tentativa de sabotar o Encontro
A elite que governa o país entende a importância desse evento. Isso ficou claro com a tentativa de sabotar o evento com o artigo calunioso que serviu como desculpa para que fosse suspenso a locação do local previsto.
Os indicadores econômicos do país são os piores dos últimos dez anos. O corte de 44 bilhões de reais no orçamento anunciado pelo governo Dilma dá um sinal dos ataques que estão sendo implementados. Se Dilma reeleger-se, assim como qualquer dos candidatos burgueses, tentarão implementar em 2015 um ajuste fiscal ainda maior para atender os interesses dos credores nacionais e internacionais. Tanto Dilma como a oposição de direita deverão retomar com mais força, as privatizações e as contrarreformas neoliberais, como é caso da trabalhista e previdenciária.
Mas para implementar todos esses ataques, o governo Dilma em unidade com os patrões e a grande mídia, tenta esvaziar as manifestações de rua com a criminalização dos movimentos sociais. Para evitar que as pessoas saiam de casa e participem dos atos contra a copa, Dilma já avisou: vai utilizar as forças armadas nas manifestações.
Para esvaziar as manifestações, Dilma não conta somente com a repressão. Ela precisa também do apoio das centrais e entidades governistas. E é exatamente este o papel que vem cumprindo, lamentavelmente, João Pedro Stédile do MST, ao dizer que não vê sentido nas manifestações, pois segundo ele o “povo quer a Copa”. Mas a greve dos garis já desmentiu Stédile quando ele diz que é “besteira” fazer luta durante a Copa e que isso seria como tentar lutar no Carnaval. E foi justamente isso que os garis fizeram – e venceram!
Novo período de lutas
Esse Encontro tem a tarefa de avançar a unidade da luta da classe trabalhadora, para preparar a todos e todas para um período de grandes confrontos. Basta ver os grandes embates que ocorrem no mundo inteiro: desde as greves gerais na Grécia, Espanha e Portugal, às crises e confrontos na Venezuela, Ucrânia, Tailândia, etc.
Essa é uma tarefa maior do que qualquer um de nós. Essa unidade só vai ser construída se os grupos e movimentos colocarem os interesses da classe como um todo acima de seus interesses particulares, rumo à construção de um projeto de sociedade socialista, democrática e igualitária, livre de exploração e opressões. O desafio está lançado.