#EndSARS, #EndSWAT: Pelo fim da brutalidade policial na Nigéria

O Movimento por uma Alternativa Socialista (MSA em inglês), declara seu apoio ao movimento da juventude nigeraiana contra a brutalidade policial, que está sendo organizado a partir das Hashtags #EndSARS, #EndSWAT.

O Movimento por uma Alternativa Socialista na Nigéria, tem sido bastante ativo na Campanha pelo fim do SARS (“esquadrão especial antirroubo”), pelo fim da brutalidade policial e pela criação de empregos para a juventude. A Alternativa Socialista Internacional se solidariza completamente com esta campanha, que tem enfrentado uma violência policial brutal, com dezenas de manifestantes mortos.

Este é o texto do panfleto que tem sido distribuído pelo MSA nas manifestações.

Trabalhadores e a juventude nigeriana precisam se juntar na luta pelo fim do SARS, Já! E contra as demais políticas opressoras antipobres. 

O movimento por uma Alternativa Socialista, MSA, declara seu apoio ao movimento da juventude nigeriana contra a brutalidade policial na Nigéria, lutas estas organizadas sobre as Hashtags, #EndSARS, #EndSWAT.

Nós saudamos a obstinação dos manifestantes que tem sustentado o movimento em face de ainda mais brutalidade policial. No Secretariado de Alausa, Ikeja, ativistas tem dormido no chão, onde os protestos ocorrem há mais de uma semana, tamanho é o sacrifício e resiliência excepcionais vistoa em muitos outros manifestantes em todo o país. 

Este movimento surgiu com o assassinato extrajudicial de um homem jovem pela operação da SARS em Ughelli, no estado da região do delta. Desde então, protestos tem se espalhado rapidamente como fogo, de uma comunidade a outra, de um estado a outro. O importante é que a juventude tem sido a vanguarda, bancando o movimento e assegurando sua independência. O MSA, entretanto, faz um chamado aos trabalhadores, não para ficarem parados, enquanto os jovens nigerianos lutam contra a opressão que afetam a todos nós. 

A demanda imediata dos manifestantes é pelo fim da SARS. Mas na realidade, o que incomoda os jovens e demais nigerianos no geral é o capitalismo e o Estado opressor, que vai além da SARS. A SARS é apenas um símbolo de tudo que é errado e opressivo que ocorre na Nigéria causado pelo sistema capitalista, na qual as pessoas querem o fim. Apenas para ilustrar a profundidade dos problemas do país, “O desemprego da juventude nigeriana chega a 13,1 milhões, isso é mais do que a população de Ruanda e de vários outros países africanos. A população jovem é algo em torno de 64% do total de nigerianos desempregados, o que indica que a parte mais ágil da classe trabalhadora no país é a que está sem trabalho” (Nairametrics, 14/08/20). Mas diante desta grave situação econômica da juventude, os governos capitalistas reforçam políticas que impõe dificuldades para eles comprarem as coisas básicas, enquanto a policia fica na espreita para extorquir os poucos recursos que eles dispõem. 

O governo tem apresentado uma promessa atrás da outra como forma de atender as demandas dos manifestantes. Este governo não é confiável. Por exemplo, dois manifestantes foram mortos um dia depois do Inspetor Geral da Polícia anunciar a “dissolução” do SARS. A Anistia Internacional reportou que 10 ativistas foram mortos desde o início dos protestos. Um governo que está verdadeiramente comprometido com o fim da brutalidade policial não irá enviar policiais e militares empunhando uma AK-47 nos locais de protestos, isso sem falar em disparos contra manifestantes. 

Entretanto, a juventude não esta cedendo aos truques do governo. Eles estão enfatizando que os protestos são para além do fim da SARS. O movimento tem como objetivo o fim de todas as questões relacionadas as pressões econômicas e sociais do país. Esta é a razão pela qual os trabalhadores não necessitam esperar pela burocracia do NLC ou o TUC (centrais sindicais) para ir se juntar aos valentes jovens lutadores nas ruas para melhor as condições de vida para o povo destes país. Em 28 de setembro, os trabalhadores deste país ficaram desapontados com a decisão de cancelamento da greve geral planejada diante dos problemas causados pelo o aumento das tarifas de eletricidade e do preço da gasolina. Este é o momento dos trabalhadores não se permitirem ser retidos pelas frágeis lideranças e se juntar ao movimento com suas demandas e com todo o seu peso.  Nós cobraremos o NLC e a TUC a chamar uma greve geral de 48 horas, na qual poderá forçar o regime a fazer concessões ao povo, que já ficou evidente com sua atitude vacilação diante dos protestos da juventude nigeriana. 

Por melhores condições de trabalho para policiais e um sindicato de policiais

Promessas vagas e milhares de anúncios na TV não irão acabar com a brutalidade policial. A juventude não deve ser enganada. A brutalidade da polícia é primeiramente e acima de tudo um produto de um sistema degradado utilizado por políticos para manter a massa do povo que é roubada de seus sustentos. A polícia serve como uma cerca que protege as elites políticas das massas do povo. Oficiais do governo que roubam fundos destinados para a criação de empregos e industrialização precisam recorrer a uma brutalidade policial para protegê-los do ódio das pessoas. A polícia nigeriana tem também o infortúnio de não ter um sindicato para defender os oficiais que rejeitam as ordens criminosas para brutalizar a ação contra os manifestantes, e para assegurar as condições dignas de trabalho da corporação. Durante os protestos, a juventude tem corretamente levantado a demanda pelo aumento dos salários dos policiais. Nós apoiamos isso e poderíamos adicionar a necessidade do movimento de pautar a demanda pela criação de um sindicato que possa levar os policiais a um nível de independência diante das ordens criminosas dos seus chefes para reprimir a sociedade. 

Além disso, enquanto as comunidades não tiverem o controle sobre a polícia, através de comitês eleitos democraticamente pelas comunidades para examinar as queixas contra oficiais e supervisionar as finanças das unidades policiais haverá corrupção no seio da polícia. Isso pode ser seguido pelo banimento da AK-47 empunhada pela polícia na sociedade civil e pela emissão de armas com menor letalidade. 

Enquanto isso, permeia o subdesenvolvimento do país, com desemprego sem precedentes, os altos preços da gasolina e das taxas de eletricidade, causados pela aderência da classe dominante do país aos princípios do capitalismo neocolonial. A classe dominante está satisfeita e rica com a renda advinda do petróleo, e não se incomodam com o geral subdesenvolvimento na infraestrutura e indústria. Este sistema precisa acabar. A classe trabalhadora e os pobres precisam organizar democraticamente organizar a sociedade sobre um outro sistema, o socialismo, construindo uma sociedade para a felicidade da maioria do povo e não para a felicidade dos poucos bilionários.

Lutar e exigir:

  • Fim da SARS, já! E contra toda forma de brutalidade policial, assédio e abuso aos direitos democráticos. Pelo direito de manifestação e pelo fim do uso de armas letais contra manifestantes por policiais. Fim de todos os bloqueios e pontos de verificação que servem a extorsão ilegal.
  • Indenização adequada para as famílias vitimas da brutalidade policial. Uma comissão de inquérito composta por jovens, policiais e trabalhadores para escutar sobre assédio e criminalização das vítimas da violência policial. 
  • Fornecimento de empregos e auxílio-desemprego para todos os jovens e estudantes desempregados. Gratuidade e acessibilidade para todos os jovens aos centros de formação que será dirigido e controlado pela comunidade, seus representantes e trabalhadores. 
  • Pelo direito dos policiais terem um sindicato.
  • Os trabalhadores nigerianos precisam construir campanhas pelo Fim do SARS, Já!
  • Por uma democracia planificada na Nigéria sob um governo socialista dos trabalhadores, jovens e o povo nigeriano!

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