Nota da LSR sobre os casos de estupro coletivo na Zona Oeste Carioca e suicídio de uma estudante da Universidade Rural do Rio de Janeiro

Esta é uma semana triste para as mulheres: tivemos dois casos noticiados de mulheres vitimas de estupro. O primeiro foi na noite do dia 25 de maio, quando uma mulher foi dopada e estuprada por pelo menos 30 homens. Não bastante cruel este fato, um destes homens gravou e postou imagenas da mulher exposta e sangrando nas redes sociais, com a certeza de impunidade.

Outro fato que ocorreu foi o suicídio de Isadora, estudante da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, vítima de estupro que ocorreu dentro das instalações desta instituição. Tudo leva a crer que a vítima tirou a própria vida devido ao peso de ter sido violentada.

Estes dois fatos atingiram todas as mulheres que estão de luto, mas enquanto militantes feministas, não deixaremos que o luto se torne constante. Queremos lutar pelo direito das mulheres. Somos solidárias as estas e todas as mulheres que sofreram violência.

Sabemos que os homens que praticaram estes crimes não são doentes ou malucos – como alguns meios de comunicação e homens afirmam – mas que são criados e acobertados pela cultura do estupro que vigora na nossa sociedade. Esta cultura normaliza a opressão de gênero, culpabiliza a vítima, objetifica a mulher e seu corpo e nos humilha cada vez que lutamos pelos nossos direitos. A nossa luta é pelo fim desta Cultura do estupro. Nossa luta é pelo fim da sociedade Machista.

Nós, mulheres da Célula LSR da Baixada-Zona Oeste, lutamos pelo fim do capitalismo, pois acreditamos que dentro deste sistema não teremos o fim da opressão de gênero – mas temos a consciência também de que revolução socialista sem o feminismo irá reproduzir a opressão de gênero. Por isso, defendemos bandeiras que construam uma sociedade igualitária e feminista. São elas:

• Investimento público em campanhas contra a violência;
• Criação de DEAMs – Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher – em todas as cidades da Baixada Fluminense e bairros da periferia da cidade do Rio de Janeiro;
• Fim da PL/5069;
• Pelo fim do Estatuto do Nascituro;
• Investigações dos crimes e penalização dos culpados;
• Expulsão dos estudantes, professores e funcionários culpados por crime de estupro da UFRRJ;
• Por um tratamento sério e eficaz por parte da reitoria da Rural para os casos de estupros e violência de gênero que ocorrem diretamente dentro da instituição;
• Iluminação e sinalização pública nas periferias e Baixada;
• Assistência total às vitimas de violência;
• Por um comitê de mulheres permanente na Rural com o objetivo de promover atividades feministas dentro da universidade.

Sabemos que isto é apenas o começo de uma sociedade igualitária e feminista, mas não é o fim.

Nossa bandeira é pela vida das mulheres!

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