Todo apoio à luta contra as privatizações em SP! Unificar as lutas para que a vitória seja possível!
Uma greve histórica acontecerá em São Paulo nesta terça-feira, 03 de outubro. O movimento tem como protagonistas trabalhadores das empresas estatais do estado, ameaçadas com a política de privatizações agressiva do governador de extrema direita, Tarcísio de Freitas. Começou articulado pelos sindicatos das categorias metroviária, ferroviária e do saneamento básico. Contudo, ao longo de sua preparação ganhou também apoios importantes, como os petroleiros que devem paralisar em solidariedade. Trabalhadores da Fundação Casa, também ameaçada criminosamente com uma privatização, devem aderir. Igualmente, terminou por se somar a outras lutas que estão acontecendo, como a forte greve estudantil da USP e que agora teve a adesão dos funcionários da universidade.
Esse caminho de unificação das lutas é a rota necessária para a vitória. Esta mobilização assim, se soma à luta dos povos originários contra o Marco Temporal e em defesa das demarcações. À luta das mulheres, que no dia 28 de setembro realizaram manifestações pela descriminalização do aborto. Às lutas por salário e direitos que começam a pipocar no país, como é o caso da greve da educação municipal de Goiânia. É importante aprofundar esses laços de unidade e solidariedade da classe trabalhadora e dos oprimidos, e intensificar os processos de mobilização.
A preparação política da greve também envolve um Plebiscito Popular Contra as Privatizações, que vem arrecadando centenas de milhares de assinaturas em defesa de que as empresas Metrô, Sabesp e CPTM sigam sendo estatais. A população tem experimentado na pele a consequência das últimas privatizações dos governos de direita do estado. As linhas de trem 8 e 9, privatizadas há pouco mais de um ano, tiveram uma visível piora na qualidade. O serviço de fornecimento elétrico, que passou para a iniciativa privada na década de 1990, é campeão de reclamações e preços abusivos. Estes são apenas alguns exemplos e nesse contexto, a consulta popular organizada pelos sindicatos tem sido bem recebida e conquistado adesão da população.
Assim, o movimento tem tudo para apresentar muita força. Em um contexto de lutas ainda travadas e muita polarização política no país, este dia de mobilização pode levar a uma mudança significativa na conjuntura, incentivando que outras categorias e movimentos ocupem as ruas. O apoio dado ao governo Lula por grande parte das direções sindicais, no entanto, joga contra isto. Um exemplo tem sido a dificuldade de articulação das categorias do funcionalismo público federal, que receberam uma proposta de reajuste que sequer cobre a inflação, depois de terem visto as negociações de sua campanha salarial serem condicionadas à aprovação do Arcabouço Fiscal de Haddad. Contudo, mesmo frente a estes ataques o ritmo de organização dessas categorias ainda segue mais lento com importantes exceções.
O objetivo da greve do dia 03 é isolar politicamente Tarcisio. A população contra as privatizações é majoritária. O plebiscito e a greve devem servir para organizar esta maioria contra o governo. De igual maneira, deve servir para isolar o governador do estado do governo federal. Se Tarcisio é o agente das privatizações e age agressivamente para tal, Lula e Haddad não têm demonstrado diferenças neste ponto. O Novo PAC planeja que tanto o saneamento básico como o transporte sobre trilhos sejam entregues à iniciativa privada por meio de PPPs. De igual maneira, o governo federal ameaça, por exemplo, a privatização das unidades da CBTU em Recife e Porto Alegre, como já fez em Belo Horizonte.
A luta também deve ser compreendida como parte de um questionamento geral ao projeto de Tarcísio de Freitas. Por um lado, ele quer destruir os serviços públicos do estado, como vem demonstrando esta política de privatizações, mas também os retrocessos que tentou impor no campo da educação pública. Uma tentativa de se demonstrar como alguém confiável para defender os interesses da elite econômica do país em uma possível candidatura presidencial. Por outro, é um projeto completamente antipopular que se coroa com a violência policial que todos testemunharam com a “Operação Escudo”. Para Tarcísio, a presença do Estado para as comunidades carentes não deve ser em educação, saúde, saneamento e transporte públicos de qualidade, mas com balas e truculência da PM. É importante compreender que este é um só e mesmo projeto, que precisa ser derrotado.
A luta contra as privatizações e uma luta da classe trabalhadora contra os patrões e seus governos. Uma resposta ao processo de precarização de nossas vidas imposto pelo capitalismo há décadas. Algo que já se provou não atender em absolutamente nada os interesses da população. A cada privatização diminuem os empregos, pioram os serviços, baixam os salários, aumentam as tarifas e reduzem-se os direitos. É necessário barrar este processo, mas compreender que esta luta é parte de um enfrentamento ao próprio sistema. As privatizações são o sintoma, o capitalismo e a doença. Derrotemos a ambos!
- Tarcísio inimigo dos pobres e trabalhadores! Não à violência policial e destruição dos serviços públicos!
- Lula, interrompa as privatizações! Não ao PAC com PPP’s!
- Pela revogação do Marco do Saneamento!
- Revogação das privatizações de Temer e Bolsonaro!
- Reestatização das empresas privatizadas sob controle da população e trabalhadores!
- Pelo fim das terceirizações, OSs e conveniadas, garantindo o emprego desses trabalhadores contratados!
- Água sim, lucro não! Não à privatização da Sabesp!
- Transporte público, gratuito, seguro e de qualidade! Não à privatização do Metrô, CPTM e CBTU! Investimento de 2% do PIB no transporte público!
- Mais investimentos no SUS, em defesa da saúde pública! 10% do PIB para a educação pública!
- Todo apoio à greve unificada dos trabalhadores das estatais paulistas!