Funcionalismo federal volta às ruas

Desde 2009, o governo federal busca recompor o rombo financeiro deixado pelos pacotes de socorro aos bancos e grandes empresas em crise. Desde então, a ordem é “austeridade”!

Essa austeridade se traduz em cortes de gastos públicos em geral e de gastos com pessoal em especial. Trabalhadores do setor público vêm amargando congelamento de salários e perdas de direitos e conquistas históricas.

Já em 2003, a reforma da previdência, aprovada com votos comprados pelo esquema do mensalão, taxou inativos e fez aumentar os anos do trabalhador no setor público, criando verdadeiros entraves ao direito à aposentadoria.

Proliferam no Congresso Nacional projetos de lei e de emendas à constituição que retiram direitos dos trabalhadores do setor público: PLP 549, PL 248, PL4330, reforma da previdência, direito de greve, entre outros, inclusive os já aprovados, como a privatização da previdência e criação do Funpresp.

Forte greve em 2012

Todos esses ataques e as perdas salariais persistentes e potencializadas pela alta da inflação fizeram com que, em 2012, trabalhadores do setor público federal unificassem as lutas por melhores condições de trabalho e salários, construindo a maior greve do dos últimos dez anos. Foram quase quatro meses de paralisação, cerca de 350 mil trabalhadores em mais de trinta categorias aderindo ao movimento, com proporções que deixaram Dilma e o PT com “as barbas de molho”.

A força da greve nacional trouxe algumas conquistas, embora insuficientes. O mais importante foi a quebra da política de congelamento imposta pelo governo, que em alguns segmentos já passava de seis longos anos. O reajuste linear de 15%, dividido em três anos (2013, 2014, 2015), estava muito aquém das expectativas e necessidades dos trabalhadores.

A ofensiva de precarização dos serviços públicos e das condições de trabalho continua e já se coloca em pauta a construção de uma nova greve nacional para 2014.

No último dia 5 de fevereiro, entidades nacionais do funcionalismo público federal lançaram a campanha salarial da categoria para 2014. Em ato realizado em frente ao Ministério do Planejamento, com apoio de três centrais sindicais, trabalhadores de diversos segmentos do serviço público federal demonstraram sua insatisfação, não somente quanto às perdas salariais, como também com relação às prioridades desse governo, cujos interesses estão cada dia mais distantes da classe trabalhadora.

O resultado da ida dos trabalhadores públicos a Brasília foi uma breve mesa de negociação com um representante do Ministério do Planejamento, que sinalizou para a avaliação das pautas apresentadas pelas entidades nacionais. No entanto, nós que, diferentemente dos sindicatos e centrais governistas, não acreditamos nas promessas desse governo e que compreendemos que a nossa luta é muito maior do que a reposição salarial e a qualidade dos serviços públicos, devemos continuar mobilizando os trabalhadores em suas bases e locais de trabalho.

Unificar as lutas

No ano em que Dilma tentará sua reeleição e que o Brasil receberá a Copa do Mundo de futebol, a construção de uma greve nacional no serviço público pode ganhar proporções gigantescas. O nosso país ainda respira os ares das jornadas de junho e o governo se mostra despreparado e assustado com a ida da população às ruas. No entanto, as possibilidades de repressão e ofensivas contra os grevistas também são imensas. É fundamental a unificação dos trabalhadores e suas entidades para prepararmos um grande enfrentamento.

O fórum nacional em defesa dos servidores e serviços públicos volta a se reunir no dia 18 de março. As entidades também estudam a realização de mais um ato e uma grande marcha não está descartada.

A ausência de resposta do governo desrespeita os trabalhadores e suas entidades de classe. Desrespeita a população usuária dos serviços públicos. A alternativa é a luta!

Permanecemos mobilizados para exigir, entre outras reivindicações:

  • Respeito à data-base e unificação em 1º de maio!
  • Antecipação da parcela restante do reajuste negociado em 2012!
  • Retirada dos projetos de lei que atacam direitos trabalhistas e previdenciários
  • Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores!
  • Paridade e integralidade entre ativos, aposentados e pensionistas!
  • Fim das terceirizações!

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