Vamos de Boulos e Erundina nas prévias do PSOL em São Paulo!
Dias 18 e 19 deste mês os militantes do PSOL irão escolher qual será a candidatura a prefeitura de São Paulo. Nós da Liberdade Socialismo e Revolução temos a certeza que um partido da esquerda dinâmico e vivo tem uma disputa entre bons nomes para se apresentar como alternativa. Nosso apoio a chapa Boulos e Erundina vem da importância da reorganização da esquerda numa conjuntura como essa.
As eleições municipais deste ano serão o primeiro embate eleitoral sob o governo Bolsonaro, refletindo um novo episódio na luta contra a extrema direita no Brasil. Além disso, será uma eleição atípica devido à pandemia do coronavírus, a começar com o adiamento do calendário eleitoral para o fim do ano, mas também pelo fato de ter acentuado a crise política, econômica e social no país.
Dessa forma, a polarização política e ideológica que entorno do governo federal se fará presente nas eleições. Vivemos um momento em que a maior parte das pessoas, em todos os campos da sociedade, encontra-se impelida a posicionar-se politicamente, e o conjunto das candidaturas serão cobrados nessas eleições. No contexto da pandemia, somando a outros eventos, Bolsonaro perdeu forças em uma camada da sociedade e perdeu apoio. No entanto, com seu comportamento de operar no caos, mantém um núcleo duro ao seu redor, mais reacionário. Apesar de estar sem partido, seu espectro político de extrema direita estará com certeza representado.
Em São Paulo, diversos nomes que podem ocupar este posto: Joice Hasselman, que nos últimos meses vem em uma rota de afastamento do presidente da república; Paulo Skaf, que vem se mostrando um aliado do bolsonarismo e pode assumir o posto de indicado deste campo para a prefeitura e até mesmo o apresentador de TV Datena, que dispensa comentário quanto ao seu reacionarismo, em especial na pauta da segurança pública.
A polarização mais importante que a extrema direita encontrará nestas eleições deve se dar com a direita tradicional do país, em que Bruno Covas e Márcio França são os principais nomes a disputar estas eleições.
O espaço para a esquerda intervir, neste processo, exigirá se inserir com um programa decisivo em fazer diferente. Lutas explosivas e importantes no último período, desde o Ele Não das mulheres, o Tsunami da Educação, mais recentemente a greve dos entregadores por app e manifestações periféricas antirracistas denunciando a morte de jovens negros e a violência policial, revelam uma nova camada, para além da vanguarda da esquerda, que tira conclusões desse período.
Precisamos construir uma alternativa que expresse essas novas experiências, que são parte viva da luta da classe trabalhadora, reivindicado também um legado nosso de luta contra esse sistema nefasto capitalista, que reconhece o terreno das ruas e das lutas de massas para fazer verdadeiras mudanças, conectando-se com a maioria da população, sem se ajustar a essa política tradicional, de conciliações e conchavos, que encontra-se em crise.
Em termos gerais, no teste da pandemia o PSOL provou-se capaz de apresentar um programa, com seus parlamentares no município de São Paulo, no Estado e na Câmara Federal, com projetos de lei e intervenções importantes, desde a pressão para o auxílio emergencial de 600 reais, a disputa sobre controle dos leitos privados pelo SUS, denúncia do negacionismo desastroso de Bolsonaro etc. Também na intervenção de seus militantes na educação, transporte público, juventude, saúde, em seus locais de trabalho, no seus bairros, defendendo um programa popular para enfrentamento à pandemia.
A candidatura de Guilherme Boulos expressa um elemento fundamental para construir uma saída desse sistema: a luta dos movimentos sociais. O MTST tem sido uma peça chave na resistência contra os ataques dos governos no último período, combinando a agitação de um programa alternativo para São Paulo e o país, com manifestações de rua e ações de solidariedade. O discurso retórico de Dória e Covas confrontando Bolsonaro logo desmoronou quando, na prática, pouco se diferenciou do que o governo federal defendia. Soma-se a isso a campanha de taxação sobre as grandes fortuna, em que a Frente Povo sem Medo e Boulos colocaram o elemento da necessidade de apresentar um programa econômico que sustente as mudanças que queremos para saúde, educação, segurança, enfrentamento ao desemprego etc.
Cabe ao PSOL demonstrar a disposição de uma nova alternativa que leve à Prefeitura de São Paulo o programa expresso nas lutas do último período, expressando também as lições dos erros dos governo do PT, que levou ao surgimento do PSOL. Precisamos de uma alternativa política, que seja a conclusão dos movimentos sociais e dos setores socialistas, que supere vícios sectários e oportunistas, que construa coletivamente uma campanha que vai colocar essa cidade para ser uma trincheira de luta contra a extrema direita e tudo vem com Bolsonaro. Eles temem a nós, pesquisas já apontam que essa chapa pode colocar nosso partido entre os mais votados. A experiência recente da intervenção de Boulos, incluindo no enfrentamento a pandemia, mas também como representante de um dos principais movimentos sociais hoje no país sobretudo a partir de 2013, o MTST, combinada com a experiência concreta numa prefeitura de Erundina, que até hoje é lembrada por suas medidas inovadoras, será um enorme com potencial para apresentar um programa radical, popular e socialista para São Paulo. Essa é nossa aposta para as prévias que ocorrerão esse fim de semana. Nós, mulheres, juventude, negros e negras, indígenas, LGBTs, trabalhadores vamos com Boulos e Erundina para ocupar a cidade que é nossa!