Nota da LSR em defesa dos servidores e aposentados do RJ com salários atrasados

Desde o final de 2015, veio à tona a falência econômica do Estado do Rio de Janeiro. O estopim da crise foi a queda dos recursos dos royalties, provocada pela drástica queda do preço internacional do petróleo. O governador Luiz Fernando Pezão tentou passar a conta para os servidores públicos estaduais. No final de 2015, ocorreu parcelamento de salários, o que voltou a ocorrer no final de 2016, assim como os atrasos constantes dos pagamentos ao longo de 2017. Isso levou os servidores estaduais a reorganizarem o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais.
Esse caos é fruto da lógica do PMDB de governar privilegiando os empreiteiros e as grandes empresas a partir das isenções fiscais e da prática nefasta de troca de favores. Não tardaram a “pipocar” denúncias de corrupção, algumas delas levaram à prisão do ex-governador Sergio Cabral e à cassação da chapa do Pezão/Dornelles pelo TRE-RJ em primeira instância nesse início de 2017.
O ano de 2017 iniciou-se com o grande acordo entre o presidente ilegítimo Temer e o governador Pezão. Na ALERJ, o governo fluminense aprovou o aumento previdenciário dos servidores de 11% para 14% e privatizou a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (CEDAE), uma das últimas empresas estatais do Rio de Janeiro e que ainda dava lucro. Em troca, o governo de Michel Temer concederia R$ 3,5 bilhões em empréstimos. O valor é irrisório frente a folha de pagamento do estado, que passa dos R$ 60 bilhões, ou da sua gigantesca dívida pública.
Os servidores públicos estaduais do RJ estão sem salários e se revoltam com a hospedagem do governador Pezão em um spa de luxo. O governador está licenciado e passando esta semana num spa em Penedo, pagando oito mil reais de diária, enquanto os servidores não recebem nem seus salários de menos de mil reais. Alguns servidores estão sem salário há 3 meses, além da falta de pagamento do 13º salário de 2016. Muitos estão passando por sérias necessidades, até para comprar comida. Os aposentados estão sem receber e não podem comprar seus medicamentos.
A situação é calamitosa e por isso os sindicatos estão fazendo uma campanha de doação de alimentos, para os servidores não passarem fome. Para doar alimentos não perecíveis (arroz, feijão, macarrão, farinha, fubá, sal, açúcar, leite em pó) basta entregar os itens, de segunda a sexta-feira, nos seguintes endereços no Centro do Rio: Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE), na rua Evaristo da Veiga 55, 7º andar; na Coligação dos Policiais Civis (Colpol), na Rua Sete de Setembro 141, 2º andar; no Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sind-Justiça), na Travessa do Paço 23, 13º andar e também na Universidade do Estadual do Norte Fluminense (Uenf), na Avenida Alberto Lamego 2.000, no Parque Califórnia, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Vivemos um momento decisivo para a classe trabalhadora, em alguns outros estados e municípios os servidores públicos também estão sem salários, pois os governos estão utilizando o discurso da crise econômica para justificar a retirada de direitos conquistados historicamente através das greves. Não vamos aceitar que os trabalhadores paguem pela crise econômica com a retirada de direitos trabalhistas e até mesmo com a perda do direito às greves, que podem ser julgadas ilegais pela justiça. Por isso, devemos unir essas ações solidárias de doações com a luta direta nas ruas para derrubar os governos Pezão e Temer e garantir os direitos dos trabalhadores.
Solicitamos a todos os sindicalistas e militantes sociais que apoiam esta luta a gravar vídeos e escrever declarações de apoio para colocarmos em nosso website. Só a luta muda a vida! Não à reforma da previdência e a reforma trabalhista! Fora Temer e Fora Pezão!

Você pode gostar...